Você já deve ter
lido diversas vezes sobre estilos de liderança. Os tantos estudiosos que se
aventuraram a pesquisar e escrever sobre liderança já traçaram um número incalculável
de perfis e estilos de liderança. Para exemplificar: liderança servidora, liderança
transformadora, liderança delegadora, liderança transpessoal, liderança baseada
em princípios, etc. No livro O Guia dos Gurus, Joseph e Jimmie Boyett, fazem
uma compilação bastante didática sobre muito do que já se produziu a respeito.
Em meio a tudo
isso fica a grande dúvida: qual é o meu estilo de liderança. Ou ainda: qual
estilo de liderança eu devo utilizar? Sem querer trazer mais um estilo ou
perfil ideal afirmo: seja você mesmo! Simples assim. Existe entre alguns
teóricos e muitos profissionais o grande mito do líder ideal.
Isso simplesmente
não existe. Peter Drucker, um dos maiores pensadores sobre gestão de pessoas e
empresas, dizia que é impossível traçar o perfil ideal de um líder. Ele mesmo
já havia trabalhado com pessoas com características totalmente diferentes daquelas
propostas por diversos estudiosos e ainda assim teve lições de liderança. É
certo que no momento atual de desenvolvimento da humanidade o fator relações humanas
ganhou muito mais espaço do que no início do século passado. As empresas tendem
a gerir seus negócios com ênfase nos relacionamentos interpessoais e foco no resultado.
Diante disso, o perfil ideal é aquele que adequa a esta nova realidade. Aliás, o
estilo ideal é aquele que se ajusta a cada situação, a cada momento, a cada
grupo de liderados. Acredito que o maior desafio da liderança no momento não é
saber qual a melhor técnica ou estilo a adotar. Mas, diante das constantes
transformações do comportamento das pessoas no mundo corporativo e social, o
grande desafio é saber como agir eficazmente neste novo tempo. Como lidar com a
diversidade, motivações, expectativas e exigências das pessoas.
Considero dois
aspectos como fundamentais para o melhor desempenho do papel da liderança: o
primeiro é que o líder deve agir conforme os objetivos que se quer alcançar. Se
o liderado for um iniciante ou sem conhecimento na atividade, se recomenda que
o gestor adote uma postura semelhante ao de um professor. Ensinar, treinar, orientar
e mostrar o caminho do que fazer devem ser as atitudes centrais do líder.
Agora, se o liderado já tiver conhecimento sobre a tarefa ou experiência para a
execução da mesma, o mais indicado é que atue como um “coach”. O termo “coach” significa
treinador, mas não aquele treinador que fica em cima do seu atleta. Neste caso,
o líder deve agir monitorando as ações de seus liderados, delegando e distribuindo
funções.
O segundo aspecto
é conhecer sua equipe. Mais do que dominar a técnica é preciso entender de
gente. Cada vez mais as pessoas tem acesso a informações e com isso aumenta o
senso crítico. Até meados dos anos 80 era comum as empresas contratarem funcionários
aptos tecnicamente ou com grande agilidade e força. Com o avanço da tecnologia,
sobretudo, elevou-se o capital intelectual e a busca pela satisfação pessoal no
trabalho. A nova geração de profissionais vem com muito mais conhecimento, visão
estratégica, senso competitivo e objetivos individuais. Estes fatores influem significativamente
na forma de lidar com as pessoas. O gestor de hoje precisa lidar com os
diferentes aspectos da motivação humana, como remuneração, reconhecimento e
auto-realização.
O certo é que
quanto mais se estuda, pesquisa e busca conhecimento a respeito da melhor
maneira de liderar pessoas, percebemos que ainda há muito a aprender e realizar.
A jornada é longa e, talvez, interminável, mas efetivamente o aprendizado é gratificante.
Boa caminhada!
Site: http://www.rogeriomartins.com.br/
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